Enfermidades variadas, acidentes domésticos, de trânsito, intoxicações, afogamentos, choques elétricos, partos complicados e diversas outras ocorrências que põem em risco a vida geram, na grande maioria das vezes, momentos de tensão. Isso ocorre tanto com os pacientes e as vítimas como também com os seus familiares. As consequências podem ser tanto físicas quanto emocionais para os envolvidos. Dessa forma, quanto mais rápido e eficiente for o socorro, maiores serão as chances de preservar a vida e a recuperação sem sequelas.
Em São Borja, operando desde janeiro de 2011 com o Suporte Básico, está o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU. Ele conta com o que há de mais moderno. A partir de agosto do mesmo ano, entrou em operação também o Suporte Avançado, que conta com UTI, agregando assim mais qualidade aos atendimentos.
O Suporte Básico, tripulado por um técnico em enfermagem e pelo condutor socorrista, possui uma série de elementos essenciais aos atendimentos. Entre eles destacam-se o material de consumo como as medicações, rede de oxigênio, prancha longa de madeira para a imobilização da coluna, colares cervicais, cilindro de oxigênio, talas de imobilização de fraturas e ressuscitador manual adulto e infantil.
Cada Unidade de Suporte Avançado (UTI) conta, além de material de consumo, com incubadora para transporte, aspirador cirúrgico para ambulância, respirador a volume, monitor multiparâmetros, oxímetro digital e bomba de infusão para seringas. Também possui todo o material para a imobilização e medicamentos de cuidados intensivos.
Equipes
O SAMU foi criado pelo Ministério da Saúde, em setembro de 2003. No Estado o serviço é desenvolvido pela Secretaria da Saúde Estadual em parceria com o Ministério e Secretarias Municipais de Saúde, como a de São Borja. Com o convênio, o município recebe subsídios financeiros das outras esferas de governo, estadual e federal, como também conta com recursos destinados ao Pronto Socorro do Hospital Ivan Goulart para receber os feridos e enfermos resgatados por esse serviço.
As equipes são compostas por 27 profissionais, divididos em cinco enfermeiras, cinco médicos e cinco condutores socorristas para o serviço de Suporte Avançado – UTI. No Suporte Básico há seis técnicos em enfermagem e seis condutores socorristas.
O serviço é acionado a partir do telefone de emergência 192, que é gratuito. As ligações são recebidas pela Central de Regulação Médica, em Porto Alegre, que faz a triagem dos chamados e aciona, se for o caso, o serviço que melhor puder atender a ocorrência.
Cristiani, coordenadora e responsável técnica do SAMU. Foto: Marcio Cavalheiro |
Para a coordenadora e responsável técnica do SAMU no município, Cristiani Paiva Vasques, é importante que os chamados aconteçam em situações realmente sérias e de risco, pois o serviço se destina a estes casos e outras pessoas podem ficar sem atendimento. “Chamados desnecessários ou trotes são um grande entrave na agilidade e eficiência dos atendimentos. Quando as pessoas chamam o SAMU deve ser para casos de urgência, o serviço tem este caráter urgente que é para socorrer pessoas em iminente risco de morte”, declara a coordenadora.
Como é feito o acionamento
O serviço pode ser acionado de qualquer telefone para o número 192, que é gratuito. A ligação será recebida pela Central de Regulação Médica, a qual é composta por médicos reguladores, telefonistas auxiliares e radioperadores. Na Central, um médico auxiliado por técnicos recebe as ligações com pedidos de socorro e faz a classificação do caso conforme sua urgência, dando o encaminhamento adequado. Às vezes as orientações são dadas pelo telefone e o caso se resolve.
De acordo com o tipo e gravidade do incidente, traumático ou clínico, uma unidade do Suporte Básico ou Avançado desloca-se para o atendimento, o que não elimina a possibilidade das primeiras informações e orientações serem feitas via atendimento telefônico, enquanto a equipe se desloca.
O trânsito precisa colaborar
Tendo em vista que se trata de atendimentos em caráter de urgência, cada minuto é precioso na corrida contra o tempo. Dessa forma, a cada deslocamento do SAMU alguém espera o atendimento ágil, pela seriedade que o caso envolve. Nesse contexto, o trânsito é fator fundamental para os rápidos atendimentos que as emergências exigem. Assim, os motoristas devem dar preferência para a passagem dos veículos que prestam estes serviços, não apenas por uma imposição legal - o Código de Trânsito Brasileiro prevê as infrações -, mas também por educação e respeito à vida.
Luis Eduardo Pereira Trindade, condutor socorrista de uma das unidades do SAMU na cidade, considera apenas razoáveis as condições de tráfego no meio urbano de São Borja. “Nosso maior problema é nos semáforos, onde o trânsito está parado e ninguém quer passar o sinal vermelho”, relata Trindade.
Carlos Rodrigues, também condutor socorrista do SAMU, concorda com o colega sobre as condições para o deslocamento na cidade, mas atribui as mesmas principalmente ao despreparo e à falta de educação e de colaboração dos motoristas com um serviço tão essencial e importante nos salvamentos. “Às vezes, com a sirene ligada e o sistema de iluminação acionado, o motorista da frente simplesmente desconsidera o veículo de emergência. Isso é falta de conscientização e de educação. Aquele atendimento pode estar indo socorrer um familiar de quem anda sem pressa e não favorece a passagem da ambulância”, assevera Rodrigues.
Atendimentos do SAMU em São Borja
Unidade de Suporte Básico
Período: de 1º de janeiro a 31 de março de 2012
178 atendimentos clínicos
97 atendimentos de trauma
Total: 275
Unidade de Suporte Avançado
Período: de 1º de janeiro a 31 de março de 2012
56 atendimentos clínicos
43 atendimentos de trauma
03 transportes intermunicipais de paciente
Total: 102
O Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), disponível em 1.273 municípios brasileiros, é um programa que tem por objetivo prestar socorro à população em caso de emergência.
O socorro pode ser solicitado pelo telefone 192 (ligação gratuita) nos seguintes casos:
- Na ocorrência de problemas cardio-respiratórios
- Em casos de Intoxicação exógena
- Em caso de queimaduras graves
- Na ocorrência de maus tratos
- Em trabalhos de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto
- Em casos de tentativas de suicídio
- Em crises hipertensivas
- Quando houver acidentes/trauma com vítimas
- Em casos de afogamentos
- Em casos de choque elétrico
- Em acidentes com produtos perigosos
- Na transferência inter-hospitalar de doentes com risco de morte
Quando utilizar o serviço, tenha todos os dados necessários para passar ao atendente, como o endereço correto do local e um ponto de referência, dados da vítima como: idade, situação de saúde e se possível, se possui algum tipo de alergia a medicamentos.
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