segunda-feira, 7 de maio de 2012

Crônica: Em tempos antigos...

            É tão estranho falar “em tempos antigos”, pois nada é antigo, tudo é memória e conhecimento. Então, que tal falar em tempos atrás? Lembro-me bem quando meu avô contava sobre como era ir para a escola, ou até mesmo fazer compras na venda. Era tudo a cavalo, seja montado nele, ou na charrete que ele puxava. Diferente de hoje em que quase tudo é motorizado. Mas enfim, a locomoção não é o foco deste texto, e sim as mudanças que o tempo nos proporciona.

Por falar em mudanças hoje olhando o pôr do sol no cais do porto avistei um barquinho ancorado no rio Uruguai e lembrei-me dos pescadores que estão se deparando cada vez mais com elas. Pois é, em tempos atrás era quase impossível ouvir falar em piracema, pois os rios eram abundantes e o pessoal conseguia tranquilamente sobreviver do dinheiro da pesca.

Hoje tudo mudou, não tem um ano em que a piracema seja extinta, tudo porque os rios não têm mais a mesma abundância de antes e, devido a isso, os pescadores tendem a procurar outro meio para se sustentar. Se com o passar do tempo, as coisas ficaram um pouco turvas para eles, uma possibilidade veio em boa hora, a chegada dos computadores, a tecnologia para ser usada como instrumento de trabalho.

Em tempos atrás, tudo que eles tinham para trabalhar, era um simples barquinho a remo, as redes e os anzóis. Hoje não, além de tudo isso, podem contar com barcos a motor e principalmente com os computadores que podem ser seus aliados. Não que o computador vá mudar a situação dos rios ou vá extinguir a piracema, mas ele pode ser de grande ajuda para que os pescadores possam aprender novas formas de sobreviver através da pesca, como por exemplo, fazendo artesanatos ou até mesmo encontrando uma maneira de criar peixes sem precisar diretamente do rio.

Enfim, nem sempre as mudanças são boas ou vem na hora certa, mas a chegada das tecnologias e os novos cursos que estão sendo ministrados gratuitamente para os pescadores, chegaram no momento exato para contribuir na luta diária pela forma digna de sustentar estes profissionais e suas famílias. Quem sabe no futuro novas tecnologias surjam e então possamos dizer novamente que em tempos atrás tudo era diferente, mas tudo era conhecimento e memória.

 Por Franciéle Rodrigues

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